Há uma década, a adoção de cloud ocupava o centro dos debates sobre modernização. Hoje,…

7 estratégias para reduzir os custos com Cloud e aumentar a eficiência da sua empresa
A computação em nuvem passou a sustentar a operação digital das empresas. Afinal, é com ajuda dela que produtos são lançados com mais rapidez, cargas de trabalho são ajustadas em tempo real e novas tecnologias são testadas sem a necessidade de grandes estruturas físicas.
Não à toa, segundo o Gartner, os gastos globais com serviços de nuvem pública devem atingir US$ 723 bilhões ainda em 2025, um aumento de 20,5% em relação a 2024. O número reforça um ponto que já está claro para quem lidera a área de tecnologia nas corporações: a nuvem oferece flexibilidade, mas também exige controle.
Só que gerenciar custos não é apenas cortar despesas, mas garantir o uso eficiente dos recursos e o alinhamento entre tecnologia, operação e estratégia de negócio. Sem governança e visibilidade, o ambiente em nuvem perde eficiência.
Neste artigo, apresentaremos práticas que ajudam a otimizar custos em cloud, da correção de erros recorrentes à aplicação de FinOps e ferramentas como AWS Cost Explorer, Azure Policy e instâncias spot.
Nosso objetivo é mostrar como reduzir os custos em Cloud sem comprometer a performance e manter a previsibilidade financeira no ciclo de vida da cloud. Boa leitura!
Por que a nuvem pode sair cara?
A computação em nuvem é apresentada como um modelo eficiente: paga-se apenas pelo que é usado e a infraestrutura pode ser ajustada conforme a demanda. Na prática, porém, muitas empresas descobrem que os custos aumentam de forma mais rápida do que o esperado.
O principal motivo é o uso sem controle. O modelo pay as you go oferece flexibilidade, mas exige monitoramento constante.
É comum encontrar recursos superdimensionados, workloads inativos e ausência de políticas de desligamento automático. Esses fatores ampliam o consumo e tornam a operação mais cara que ambientes locais em alguns casos.
Há também os custos indiretos. Serviços complementares, como balanceadores de carga, licenças, armazenamento premium e taxas de transferência entre regiões, se acumulam e passam despercebidos no orçamento.
Outro ponto crítico é a migração mal planejada. Quando aplicações legadas são movidas para a nuvem sem revisão ou modernização, o consumo cresce e a economia esperada não se confirma. O resultado é um ambiente operacionalmente funcional, mas financeiramente ineficiente.
Controlar custos em cloud começa com visibilidade. Sem entender o que está sendo utilizado e por quem, a empresa perde capacidade de gestão e passa a reagir às faturas, em vez de antecipar e planejar seus gastos.
Nuvem híbrida vale a pena?
A nuvem pública ganhou espaço como principal plataforma de transformação digital, mas não resolve todos os cenários. Organizações com sistemas legados, dados sensíveis ou requisitos específicos de compliance encontram na nuvem híbrida um modelo mais equilibrado.
Isso porque a combinação entre infraestrutura local e serviços públicos de cloud permite manter cargas críticas sob controle interno e, ao mesmo tempo, explorar a escalabilidade e a agilidade da nuvem. Esse formato também ajuda a prolongar o uso de data centers existentes e aplicar diferentes níveis de segurança e governança.
O desafio está na gestão. Controlar custos e consumo em múltiplos ambientes (locais, privados e públicos) exige integração, visibilidade e processos padronizados. Portanto, a escolha entre nuvem pública, privada ou híbrida deve partir da estratégia de negócio, não apenas de critérios técnicos.
Na prática, a nuvem híbrida continua sendo uma escolha eficiente quando há maturidade em cloud e clareza sobre o papel de cada ambiente dentro da operação. Sem esses fatores, tende a gerar complexidade e custos dispersos.
Desafios do gerenciamento de custos na nuvem
Gerenciar custos em cloud é um dos pontos mais desafiadores da operação digital. O modelo baseado em consumo traz flexibilidade, mas também imprevisibilidade quando falta governança.
O principal problema é a falta de visibilidade. Muitas empresas não sabem exatamente como os recursos são utilizados nem qual área responde por cada workload. Isso dificulta a identificação de desperdícios e distorce a alocação orçamentária.
Outro fator é o crescimento desordenado de workloads. Novas aplicações são criadas sem controle, e o orçamento passa a sustentar recursos ociosos. Ambientes multi-cloud ampliam essa complexidade, exigindo consolidação de dados e competências específicas para lidar com ecossistemas diferentes.
A dimensão cultural também pesa. Em muitas organizações, a nuvem ainda é tratada como um recurso “ilimitado”, disponível sob demanda e sem restrições orçamentárias claras. Isso cria uma percepção de que é possível provisionar recursos livremente, o que incentiva desperdício e dificulta o controle financeiro.
Além disso, sem integração efetiva entre tecnologia, finanças e operações, a adoção de práticas como FinOps não atinge seu potencial.
Quando essas áreas não trabalham de forma coordenada, o gerenciamento de custos se torna reativo, ou seja, os recursos são consumidos sem planejamento estratégico.
O papel do planejamento estratégico no ciclo de vida da cloud
A adoção do cloud não termina na migração. Trata-se de um ciclo contínuo que envolve operação, revisão e evolução dos serviços. O planejamento define como os recursos serão usados e onde há potencial de otimização, evitando custos desnecessários.
No início da jornada, é preciso decidir quais cargas de trabalho migrar, quais permanecerão on-premise e quais podem ser modernizadas. Evita-se assim transferir aplicações legadas sem ajustes, o que aumenta consumo e reduz eficiência.
Durante a operação, o planejamento se traduz em governança, automação e monitoramento constante. Definir parâmetros claros para instâncias, armazenamento e tráfego de dados reduz desperdícios e mantém os gastos alinhados às prioridades do negócio.
A revisão periódica dos recursos contratados é outro ponto. Serviços que perderam relevância continuam gerando custos se não forem desativados. Avaliações regulares evitam esse tipo de gasto.
Integrar métricas financeiras e operacionais completa o ciclo. É aqui que as práticas de FinOps entram, conectando decisões técnicas ao impacto orçamentário e garantindo que os investimentos em cloud acompanhem a estratégia corporativa.
7 estratégias para reduzir os custos de serviços em nuvem
Não existe um único modelo para otimizar custos na nuvem. Cada empresa tem perfis de consumo e prioridades diferentes. Ainda assim, algumas estratégias já se provaram eficazes para equilibrar desempenho e orçamento.
Abaixo, estão sete práticas amplamente aplicadas em empresas que operam em ambientes cloud complexos, ajudando a reduzir gastos, eliminar desperdícios e aumentar a previsibilidade financeira.
|
Estratégia |
Economia estimada |
Descrição |
|
Rightsizing de instâncias |
Até 20% |
Ajusta CPU, memória e armazenamento à demanda real, evitando superdimensionamento. |
|
Instâncias reservadas |
Até 60% |
Contratos de 1 a 3 anos com descontos significativos em workloads previsíveis. |
|
Instâncias spot / preemptíveis |
Até 90% |
Uso de capacidade ociosa do provedor para tarefas temporárias ou tolerantes a falhas. |
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Desligamento automático de ambientes de teste/dev |
Até 15% |
Desativa ambientes de teste e desenvolvimento fora do expediente para evitar custos desnecessários. |
|
Armazenamento em camadas (tiers) |
Até 30% |
Move dados pouco acessados para tiers mais baratos, como AWS Glacier ou Azure Archive. |
|
Adoção de FinOps |
Até 20% |
Integra TI, operações e finanças em um modelo colaborativo de gestão e previsibilidade. |
|
Monitoramento e alertas de uso |
Até 10% |
Usa ferramentas como AWS Cost Explorer e Azure Policy para detectar e corrigir desvios em tempo real. |
Essas ações formam uma base sólida para uma gestão de cloud orientada a dados, em que a redução de custos é resultado direto de governança, visibilidade e decisão conjunta entre áreas técnicas e financeiras.
1. Rightsizing de cargas de trabalho para otimização de custos da nuvem
O rightsizing é uma das formas mais eficazes de reduzir custos na nuvem. A prática consiste em ajustar os recursos (como CPU, memória, armazenamento e rede) ao uso real de cada aplicação, eliminando desperdícios e mantendo o ambiente proporcional à demanda.
Em muitos casos, workloads operam em instâncias superdimensionadas, consumindo orçamento sem ganho de performance. O rightsizing corrige esse desequilíbrio ao identificar e ajustar recursos que estão acima do necessário.
Ferramentas como AWS Compute Optimizer e Azure Advisor automatizam parte do processo, indicando instâncias e tamanhos mais adequados com base em métricas de utilização. As mudanças podem ser aplicadas rapidamente e gerar impacto imediato nos custos.
O rightsizing deve estar integrado à rotina de governança da nuvem, com revisões regulares para manter o equilíbrio entre desempenho e custo ao longo do tempo.
2. Instâncias reservadas para reduzir custos na nuvem
Outra forma de reduzir custos na nuvem é contratar instâncias reservadas. Diferentemente do modelo on-demand, que cobra pelo uso no momento da execução, as instâncias reservadas funcionam como contratos de médio ou longo prazo (geralmente de 1 a 3 anos) em troca de descontos que podem chegar a 60%.
Esse modelo faz sentido para cargas de trabalho estáveis e previsíveis, como bancos de dados, sistemas corporativos críticos ou aplicações que rodam continuamente. A previsibilidade possibilita comprometer-se com contratos maiores e garantir economia consistente.
Porém, instâncias reservadas exigem planejamento. Se a demanda cair ou houver migração para outro recurso antes do fim do contrato, parte do investimento pode não ser aproveitada. Por isso, a decisão deve considerar o ciclo de vida das aplicações e o roadmap tecnológico da empresa.
AWS e Azure oferecem opções flexíveis, permitindo troca de tipo ou região para reduzir riscos de obsolescência. Ainda assim, a escolha precisa se basear em análise detalhada das workloads e alinhamento com metas financeiras de longo prazo.
Usadas de forma estratégica, as instâncias reservadas podem se tornar uma das maiores fontes de economia em nuvem.
3. Uso de instâncias spot para reduzir custos com cloud
Para cortes de custo significativos, instâncias spot (AWS) ou máquinas virtuais preemptíveis (Google Cloud) oferecem uma alternativa eficiente. Elas utilizam a capacidade ociosa dos data centers e chegam a custar até 90% menos que o modelo on-demand.
O custo baixo vem com uma limitação: essas instâncias podem ser interrompidas a qualquer momento, caso o provedor precise da capacidade para outros clientes. Por isso, não são indicadas para aplicações críticas ou que exigem disponibilidade contínua.
O uso ideal é em workloads tolerantes a falhas e que podem ser retomadas rapidamente, como:
- Processamento de dados em lote (batch processing);
- Treinamento de modelos de machine learning;
- Ambientes de teste e desenvolvimento temporários;
- Simulações e cargas de trabalho que não precisam rodar continuamente.
Ferramentas de orquestração, como AWS Auto Scaling e Azure Virtual Machine Scale Sets, combinam instâncias spot com outros tipos de instância, mantendo a operação mesmo quando algumas são interrompidas.
Quando aplicadas com planejamento, as instâncias spot reduzem custos de forma expressiva, liberando orçamento para inovação sem comprometer a performance das operações essenciais.
- Desligamento automático de ambientes de teste para otimização de custos
Um erro comum é manter ativos 24 horas por dia ambientes de teste e desenvolvimento que só funcionam em horário comercial. Esse descuido aumenta custos sem gerar valor.
A solução é implementar desligamento automático, garantindo que recursos não utilizados fiquem inativos fora do expediente. Ferramentas como AWS Lambda, Azure Automation e Azure Policy tornam possível programar esses desligamentos de forma simples e eficiente.
Essa prática pode reduzir de 10% a 15% os custos de cloud, liberando orçamento para outras prioridades sem impactar a produtividade das equipes.
5. Armazenamento em camadas na computação em nuvem
O armazenamento costuma pesar na conta da nuvem e, em muitos casos, por um motivo simples: dados mal classificados. É comum ver informações pouco acessadas sendo mantidas em camadas premium, o que significa pagar mais por algo que quase não é usado.
A solução é usar o armazenamento em camadas, ajustando o custo à frequência de acesso:
- Hot storage: dados acessados com frequência.
- Cool ou Cold storage: dados usados de forma esporádica.
- Archive storage: dados mantidos por obrigação legal ou auditoria.
Serviços como AWS S3 Glacier e Azure Archive Storage ajudam a automatizar essa movimentação, colocando cada dado na camada certa conforme o ciclo de vida.
Empresas que aplicam essa prática conseguem reduzir até 30% dos custos de cloud, sem perder acesso aos dados quando realmente precisam deles.
6. FinOps e gerenciamento de custos no ciclo de vida da cloud
Reduzir custos na nuvem não é só questão de ferramenta, é de cultura. O FinOps nasce dessa lógica: unir tecnologia, operações e finanças em um modelo colaborativo, onde cada decisão técnica também é uma decisão financeira.
Em vez de surpresas na fatura, o FinOps traz previsibilidade e controle. As equipes passam a acompanhar o consumo em tempo real, entender onde estão os maiores gastos e agir rápido para ajustar o que for necessário.
Na prática, o modelo se apoia em três pilares:
- Informar: dar visibilidade total sobre quem consome, quanto consome e por quê.
- Otimizar: aplicar práticas como rightsizing, instâncias reservadas e desligamento automático.
- Operar: conectar os investimentos em cloud à estratégia da empresa, revisando continuamente o ciclo de vida das workloads.
Com FinOps, a nuvem deixa de ser uma despesa variável e passa a ser um investimento controlado, parte da estratégia de crescimento, e não apenas da infraestrutura.
7. Monitoramento e alertas com AWS Cost Explorer e Azure Policy
Sem visibilidade, não existe controle. E é justamente aí que muitas empresas perdem dinheiro na nuvem, pagando por recursos que nem sabiam que estavam ativos.
Ferramentas como o AWS Cost Explorer e o Azure Policy ajudam a mudar esse cenário. O Cost Explorer detalha o consumo por serviço, conta ou aplicação, identificando padrões, desvios e oportunidades de economia. Já o Azure Policy atua na governança: cria regras que limitam o uso de recursos fora dos padrões da empresa e evitam que novas instâncias sejam criadas em regiões ou formatos indevidos.
O valor real está no monitoramento contínuo e nos alertas em tempo real. Eles tornam possível agir antes que o gasto saia do controle (e não depois de a fatura chegar).
Com esse tipo de acompanhamento, as decisões passam a ser baseadas em dados, não em estimativas. O resultado é simples: mais controle, menos desperdício e uma operação de cloud que responde ao negócio, não o contrário.
Reduzir custos na nuvem é possível com a estratégia certa
Como vimos, a nuvem viabiliza inovação e escala, mas o retorno real vem quando o uso é guiado por estratégia.
Práticas como rightsizing, instâncias reservadas e spot, automação, armazenamento em camadas, monitoramento e FinOps formam a base de um modelo de gestão que controla gastos e aumenta a previsibilidade.
Mais do que cortar custos, o objetivo é direcionar o investimento certo para o lugar certo, conectando tecnologia, operações e finanças em um mesmo plano de ação. Assim, a empresa ganha eficiência sem comprometer a performance nem o ritmo de evolução.
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