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Experimentação Contínua e o Ciclo de Inovação Bimodal
Na história da Ciência, é muito comum que descobertas inesperadas ocorram por meio de experimentação e ciclos de inovação contínua possibilitada pelo livre fluxo de informações em processos colaborativos mútuos entre pessoas determinadas a fazer a diferença no mundo.
São aqueles que desejam fazer diferente e que não se conformam, inquietos por natureza e sempre à procura de novas ideias, são aqueles que estão dispostos a experimentar e testar novas formas de lidar com os problemas e encontrar soluções para mudar a realidade.
Na curva da inovação tecnológica, de forma análoga, esses são os disruptores e os visionários / early adopters, aqueles que pavimentam o caminho para o progresso e grandes promotores do processo de mudança nas organizações em todo o mundo.
Para que a mudança realmente aconteça, deve haver um processo de convencer gradualmente o resto das pessoas que permanecem céticas sobre a necessidade, mas que gradualmente se tornam convencidas pelo aumento gradual no valor percebido dela.
E com isso, o custo da mudança diminui com o tempo a ponto de causar um efeito Bandwagon ou um efeito Dominó das pessoas na adoção dessa inovação tecnológica como consequência.
Nesse cenário, como em um ecossistema de inovação para a nova Era Digital, a existência de um modal 2 tornou-se uma exigência dos tempos atuais como forma de experimentar e testar novas ideias de negócios, que podem até vir a substituir o core business ( modal 1) da empresa, que recebe o nome de “Bimodalidade”, e cuja ideia central é a própria organização se desestruturar, antes que o mercado, por conta de um novo entrante, o faça.
Linha de produção de inovações e candidatos “modal 2”
Desta forma, como numa linha de produção de inovações, os diversos candidatos do modal 2, ao passarem por um processo de curadoria e validação, vão sendo integrados no modal 1 a ponto de o substituírem completamente.
Assim, a Civilização 2.0 exigirá novas perspectivas e atitudes das organizações de todo o mundo, a fim de buscar a inovação constante, em um ciclo que nunca termina, com ações bimodais, que envolvem maior autonomia para quem está na linha de frente dos projetos escolhidos (modal 2) e que requerem um maior apetite ao risco, por exemplo, desde que sejam controlados e distribuídos em carteira de forma a maximizar as hipóteses de sucesso.
Essa ideia surge originalmente do estudo de sistemas complexos, que são otimizados para privilegiar a resiliência e a variabilidade, devido à maior adaptabilidade em condições de incerteza e resulta no aumento da probabilidade de sobrevivência e sucesso desses sistemas em cenários complexos.
Com isso em mente, podemos dizer que se das 20 ideias candidatas a se tornarem um novo negócio (modal 2), apenas 5 ou 6 passarão para a fase de execução na geração de um protótipo e apenas 1 ou 2 serão validadas como um MVP, aquele se você encontrar um mercado disposto a pagar pelo seu produto / serviço de forma lucrativa, terá justificado os recursos e esforços alocados na execução (prototipagem, teste e validação) de todas as ideias.
O papel da liderança é apoiar e permitir a autonomia desse processo. Na prática, isso significa a escolha de pessoas com o perfil dos inquietos para compor as equipes desses projetos (modal 2), bem como o apoio explícito da liderança da organização para que essas equipes tenham os meios e a possibilidade de assumir os passos necessários e a capacidade de tomar decisões que julguem necessárias no processo de experimentação.
O perfil dos inquietos costuma ser o do curioso com formação multidisciplinar, que gosta de aprender fazendo e de adotar a abordagem “hands on” na hora de experimentar novas ideias.
Desta forma, através de um processo contínuo de tentativa e erro, de teste e validação dessas novas ideias com base na mentalidade “falhe rápido e barato”, eles podem, com o aprendizado gerado por cada tentativa, entender o que pode gerar valor para a organização na forma de ideias e recomendações acionáveis e, assim, fazer os ajustes de curso necessários (para pivotar) e correções nos projetos em andamento.
Assim, pode promover a adaptação dos projetos (modal 2) às mudanças do mercado, contribuindo também para o aumento do índice de competitividade e das chances de sucesso da organização em um ambiente complexo e muitas vezes imprevisível.
O Processo de Inovação Contínua no Ciclo de Inovação Bimodal
Para que a inovação se manifeste é necessário um processo contínuo de tentativa e erro, com um processo de análise e síntese e a formulação de hipóteses e ações com base em testes, cujo feedback contínuo retroalimenta o processo e onde o aprendizado gerado pelos diversos as tentativas aumentam o índice de conhecimento coletivo acumulado, permitindo à organização visualizar as possibilidades de atuação no cenário competitivo, identificando no mercado quais são as melhores oportunidades de geração de valor a médio e longo prazo.
É importante lembrar que o paradigma dado como certo hoje, uma vez que suas premissas foram alteradas, não é mais aceito pela sociedade, exigindo uma quebra de paradigma para que um novo seja gerado e tenha sua aceitação por todos. Ou seja, hoje algo que funciona dentro de certos limites, passa por uma mudança que exige uma transição e precisa de uma nova forma.
A autonomia de sempre tentar e testar novas formas é uma forma darwiniana de mudar e testar ideias e, por isso, paradigmas que são vistos como inalteráveis, com o tempo também podem mudar em alguma medida para serem compatíveis com a nova práxis em decorrência de um novo paradigma.
O estilo de liderança dessa nova forma hoje no diagnóstico Bimodal é a descentralização e empoderamento das bordas. Com o tempo, toda a estrutura precisa ser reformada, à medida que novas formas de rigidez e centralização vão ocorrendo. Não é uma receita de bolo, sua aplicação necessita de análise para cada contexto específico.
Citando um pensamento do autor Simon Sinek, a Bimodalidade e as ações bimodais seriam como um “jogo infinito”, em que a existência de um modal 2 abre novas possibilidades e oportunidades que contribuem para a competitividade e viabilidade da empresa no futuro .
Alguns podem se perguntar qual é o papel da liderança modal 1 neste contexto? Nesse caso, permitir a coexistência com autonomia de um modal 2 que irá contribuir com o processo de inovação necessário à desestruturação da organização e sua perpetuação no tempo.
Pode ser entendido como uma forma de fazer as coisas / mentalidade da organização em um ambiente co-criado e colaborativo. Fazendo a roda girar (modal 1) e sempre procurando os candidatos do modal 2, onde a todo o tempo novas rodas candidatas ao modelo 2 surgem para os novos desafios de complexidade demográfica progressiva.
E o ciclo bimodal nunca acaba, por isso um ‘jogo sem fim’ que conquista quem fica jogando com ações bimodais para a competitividade a longo prazo.
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Artigo escrito pelo consultor Renato Azevedo Sant Anna.
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