Há uma década, a adoção de cloud ocupava o centro dos debates sobre modernização. Hoje,…

FinOps: o que é e qual a importância na gestão financeira
A computação em nuvem (cloud computing) tem se consolidado como uma solução para negócios que buscam eficiência, escalabilidade e flexibilidade em suas operações de TI.
Segundo a 36ª Pesquisa Anual do Uso de TI nas Empresas, realizada pela FGV cia (FGV EAESP), 52% do processamento de dados das médias e grandes corporações brasileiras já ocorre na nuvem. O estudo ouviu 2.672 corporações, incluindo 68% das 500 maiores do país.
Mas como garantir que esse investimento seja realmente eficiente? É nesse contexto que o FinOps, sigla para Cloud Financial Operations, ganha relevância ao trazer visibilidade, controle e eficiência para os gastos em nuvem.
Ao longo deste conteúdo, vamos explicar como funciona essa metodologia na prática e quais benefícios ela pode trazer para a sua empresa. Boa leitura!
FinOps, o que é?
O FinOps é um modelo de gestão que se incorpora à cultura da empresa para promover responsabilidade financeira no uso da nuvem.
Ele reúne, de forma colaborativa, as áreas de finanças, tecnologia e negócios, criando um ambiente onde a gestão dos serviços de cloud computing é mais eficiente e orientada a resultados, com redução de custos e eliminação de desperdícios.
O que significa FinOps?
O termo FinOps vem da junção de Finance (finanças) e Operations (operações) para descrever uma metodologia voltada para a gestão financeira dos serviços de nuvem, alinhando-os aos objetivos corporativos.
Qual a diferença entre FinOps e otimização de custos?
Otimização de custos costuma ser uma ação pontual para reduzir despesas. Já o FinOps é um processo contínuo que consiste em monitorar, analisar e ajustar o consumo com base em dados, preservando performance e capacidade de evolução.
Leia também: Descubra as vantagens, protocolo de segurança e exemplos de Open Banking.
As 3 fases do FinOps
O FinOps é estruturado em três fases principais que, juntas, guiam a gestão eficiente dos custos relacionados aos serviços de cloud computing. São elas:
1. Informar
A fase de informar é a base de todo o processo. Nessa etapa, o foco está na coleta e análise de dados sobre o consumo e os custos da nuvem. O objetivo é fornecer informações detalhadas para que todos os envolvidos tenham visibilidade sobre os recursos utilizados.
A alocação de custos também é uma parte importante dessa fase, pois garante que as despesas sejam atribuídas corretamente a projetos, departamentos ou produtos.
2. Otimizar
Com os dados em mãos, a etapa de otimizar entra em cena. A princípio, ela concentra-se em identificar oportunidades claras de redução de custos. Além disso, elimina desperdícios e ajusta recursos para garantir que eles estejam totalmente alinhados às necessidades reais da companhia.
Na prática, a otimização envolve ações como dimensionar os recursos corretamente, adotar políticas automatizadas para desligar instâncias ociosas e, por fim, negociar contratos mais vantajosos com os provedores. Ou seja, o foco é diminuir gastos sem, no entanto, comprometer o desempenho ou a qualidade dos serviços.
3. Operar
Em seguida, a fase de operar assegura que a gestão de custos na nuvem seja contínua e sustentável. Nessa etapa, as otimizações são monitoradas regularmente para garantir sua eficácia ao longo do tempo.
Essa fase também engloba o alinhamento entre equipes e a adoção de uma abordagem ágil para que a organização se adapte rapidamente a mudanças nos padrões de uso.
Princípios do FinOps
Para que o FinOps funcione, ele se apoia em um conjunto de princípios que garantem sua eficácia na gestão de custos em nuvem. A seguir, apresentamos os principais pontos que guiam essa abordagem.
Colaboração entre equipes
Como mencionamos anteriormente, um dos pilares do FinOps é a interação entre áreas como finanças, tecnologia, negócios e engenharia. Essa colaboração permite que todos compreendam o impacto financeiro das decisões relacionadas ao cloud computing e alinhem prioridades de forma conjunta.
Monitoramento contínuo
Em um ambiente de nuvem, onde os custos são variáveis e dependem do uso, acompanhar as despesas em tempo real é muito importante. Esse acompanhamento ajuda a identificar gargalos, oportunidades de economia e desvios orçamentários rapidamente.
Otimização baseada em dados
No FinOps, decisões são tomadas com base em dados confiáveis e detalhados. Esse princípio assegura que a gestão de custos seja fundamentada em fatos e não em suposições.
Quem pode utilizar o FinOps?

Embora muitas vezes associado a grandes empresas, o FinOps é essencial para empresas de todos os tamanhos que estão passando pela transformação digital e utilizando serviços de computação em nuvem.
Abaixo, listamos os principais perfis que podem se beneficiar.
1. Empresas que utilizam serviços de nuvem
Qualquer organização que usa provedores como AWS, Azure ou Google Cloud pode implementar FinOps para obter maior controle sobre os custos e otimizar os recursos.
Startups e scale-ups, por exemplo, frequentemente escalam suas operações na nuvem rapidamente, o que pode levar a custos descontrolados. O FinOps ajuda a manter esses gastos alinhados ao crescimento.
2. Equipes de TI (FinOps team)
Os profissionais de tecnologia são responsáveis pela configuração e uso da infraestrutura de nuvem. Com FinOps, eles ganham ferramentas para identificar ineficiências e propor melhorias.
3. Departamentos financeiros
A prática de FinOps facilita o trabalho dos profissionais de finanças e a previsão mais precisa de custos, bem como o alinhamento dos investimentos com os objetivos da organização.
Dica de leitura: Confira o que é, como funciona e os benefícios do Banking as a Service (BaaS).
4. Liderança executiva
Gestores e diretores têm uma responsabilidade na implementação do FinOps, pois precisam assegurar que os gastos com tecnologia estejam alinhados às prioridades estratégicas corporativas.
Para alcançar esse objetivo, o FinOps disponibiliza métricas que viabilizam a avaliação do retorno sobre o investimento, permitindo uma tomada de decisão mais estratégica.
Além disso, os líderes organizacionais garantem que o uso da computação em nuvem esteja contribuindo diretamente para a geração de valor.
Desafios e soluções em FinOps
A implementação do FinOps em uma organização envolve desafios que surgem naturalmente quando se combina equipes, processos e tecnologia.
Compreender essas dificuldades e adotar estratégias para cada uma ajuda a extrair valor da abordagem e manter os custos do cloud computing sob controle. Confira:
1. Integração e visibilidade por meio de relatórios e dashboards
Na gestão de nuvem, um dos maiores desafios é alinhar diferentes áreas da empresa, como finanças, TI e negócios, que possuem prioridades distintas, ao mesmo tempo em que se garante clareza sobre custos e uso dos recursos. Sem informações confiáveis e centralizadas, é difícil identificar desperdícios e sustentar decisões estratégicas.
A solução está na criação de dashboards e relatórios consolidados, que reúnam dados de diversas contas, provedores e serviços em um único lugar.
Dessa forma, as equipes podem acompanhar em tempo real quais recursos consomem mais, identificar instâncias ociosas ou subutilizadas e, com métricas atualizadas e acessíveis, embasar decisões de alocação e otimização de forma colaborativa.
2. Gestão de mudanças e cultura organizacional
Adotar FinOps exige mudanças na forma como a organização pensa sobre custos e responsabilidades. Equipes acostumadas a gerenciar apenas performance podem ter dificuldade em considerar impactos financeiros.
A solução envolve treinamentos, workshops e criação de rotinas que incluam o acompanhamento de gastos como parte do dia a dia. Com o tempo, a cultura de colaboração e responsabilidade financeira passa a fazer parte das decisões cotidianas.
3. Tomada de decisões baseada em dados
Outro desafio é garantir que as decisões sobre alocação de recursos sejam sustentadas por informações confiáveis. Para isso, é importante coletar dados detalhados sobre uso, performance e custos, mantendo métricas atualizadas e acessíveis.
4. Ajuste contínuo de recursos
A computação em nuvem oferece flexibilidade, mas essa mesma característica pode gerar desperdícios se os recursos não forem ajustados de acordo com a demanda.
Uma das práticas mais importantes nesse contexto é o rightsizing, que significa ajustar os recursos da nuvem ao tamanho adequado para a real necessidade da aplicação ou do negócio.
Isso envolve tanto reduzir ou eliminar o que está ocioso ou superdimensionado quanto reforçar a capacidade quando há demanda adicional, evitando gargalos de performance.
Vantagens do modelo FinOps
Como vimos, o FinOps auxilia as empresas a conciliar crescimento tecnológico e gestão financeira, permitindo um aproveitamento mais eficiente dos investimentos em nuvem.
A seguir, vamos apresentar os principais benefícios dessa prática e como eles se refletem no dia a dia das organizações.
O FinOps ajuda empresas a conciliar crescimento tecnológico e gestão financeira, garantindo um uso mais eficiente dos investimentos em nuvem. Confira os principais benefícios dessa prática:
1. Controle de gastos em nuvem
Um dos benefícios mais imediatos do FinOps é o acompanhamento preciso dos gastos de cloud services, que variam conforme o uso e nem sempre são fáceis de prever.
Com dashboards e ferramentas como AWS Cost Explorer ou Azure Cost Management, é possível monitorar despesas por projeto, departamento ou equipe e agir rapidamente para evitar desperdícios.
Por exemplo, um negócio que hospeda aplicações na nuvem pode identificar instâncias de servidores ociosas durante períodos de baixa demanda, como à noite ou nos finais de semana. Com a automação do desligamento dessas instâncias, é possível reduzir custos sem comprometer a operação.
2. Melhor alocação de recursos
Muitas empresas acabam pagando por recursos superdimensionados ou subutilizados por falta de visibilidade sobre o uso real. O FinOps possibilita ajustar o dimensionamento conforme a demanda, garantindo que cada recurso seja utilizado de forma eficiente.
Por exemplo: uma startup que precisa de grande capacidade computacional durante o horário comercial, mas pouca demanda fora desse período, pode adotar soluções de escalabilidade automática. Assim, os recursos aumentam ou diminuem conforme necessário, e a corporação paga apenas pelo que realmente utiliza.
Essa otimização não se limita à tecnologia: também beneficia outras áreas do negócio, criando mais espaço para investir em inovações, novos projetos ou expansão estratégica.
Saiba mais: Como escolher uma plataforma de Gestão da Inovação Corporativa?
3. Maior transparência financeira
O FinOps oferece visibilidade clara sobre o consumo e os custos da nuvem, facilitando a justificativa das despesas para stakeholders internos e externos.
Na prática, uma empresa de produtos digitais pode detalhar os custos de cada projeto, vinculando-os aos resultados gerados. Com esse entendimento, fica mais fácil identificar quais áreas oferecem maior retorno sobre o investimento e priorizar iniciativas que tragam mais valor para a operação.
Por que escolher a FCamara como parceira em FinOps
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