Há uma década, a adoção de cloud ocupava o centro dos debates sobre modernização. Hoje,…

Gestão de riscos em TI: como se prevenir e resolver casos de ameaças digitais
Com a transformação digital avançando em empresas de todos os portes, integrar soluções tecnológicas ao cotidiano costuma trazer benefícios, mas também expõe as organizações a diversos desafios. Ciberataques, vazamentos de dados, fraudes e espionagem digital são algumas das ameaças que podem comprometer a proteção e a continuidade dos sistemas.
No Brasil, esse cenário é ainda mais crítico: segundo o Panorama de Ameaças para a América Latina 2024, o país é o segundo maior alvo mundial de ataques digitais, com mais de 700 milhões de incidentes registrados em 12 meses — o equivalente a 1.379 casos por minuto.
Diante disso, entender como a gestão de riscos em TI é aplicada pode mudar o jogo e garantir uma operação mais segura e estável. Continue a leitura e descubra estratégias eficazes nesse sentido para fortalecer seu negócio.
O que é gestão de riscos em TI?
A gestão de riscos em TI engloba métodos para detectar, examinar e lidar com problemas que possam afetar os sistemas e dados de uma empresa.
Essa abordagem abrange desde fragilidades internas até ameaças externas, considerando seu impacto nas operações diárias.
O objetivo é estabelecer um ambiente controlado, onde decisões são tomadas com base em informações claras sobre as vulnerabilidades e nas melhores estratégias para mitigar seus efeitos.
Principais riscos em TI
Diversos fatores podem comprometer a segurança da informação, independentemente do tamanho ou setor da empresa.
Saber identificá-los, portanto, ajuda a manter o controle sobre os sistemas e a tomar decisões que reduzam possíveis prejuízos. Confira, a seguir, alguns exemplos.
Ataques cibernéticos
São ações maliciosas como malware, ransomware, phishing e negação de serviço (DDoS) que buscam acessar ou interromper sistemas. Esses ataques podem partir de hackers oportunistas ou grupos organizados.
Imagine uma grande rede de hospitais. Uma de suas recepcionistas recebe um e-mail com a suposta atualização de um novo software de agendamento. Sem saber que se trata de uma isca, ela clica no link, e um ransomware é instalado em seu computador.
Em pouco tempo, o malware se espalha pela rede do hospital. O sistema de prontuários eletrônicos é criptografado, os resultados de exames se tornam inacessíveis e até mesmo o controle de estoque de medicamentos é bloqueado.
Quando a equipe de TI percebe o ataque, a situação já é crítica. Um arquivo de texto aparece em todas as telas, exigindo o pagamento de um resgate em Bitcoin para que a chave de descriptografia seja enviada. O hospital se vê em uma encruzilhada: cirurgias precisam ser adiadas, consultas são remarcadas manualmente, e o acesso a dados de pacientes fica inviabilizado. A rotina do hospital entra em colapso.
Para se ter uma ideia, sete em cada dez corporações brasileiras (73%) foram vítimas de ransomware em 2024. Os dados fazem parte do relatório “O Estado do Ransomware 2025”, realizado pela Sophos no Brasil.
Vulnerabilidades de software e hardware
Sistemas e equipamentos usados pelo negócio podem conter fragilidades que facilitam invasões. Essas vulnerabilidades podem ser resultado de softwares desatualizados, configurações incorretas ou componentes físicos com defeitos.
Erros humanos e falhas internas
Apesar dos avanços tecnológicos, grande parte dos incidentes em TI tem origem em erros humanos, como configurações equivocadas, permissões mal gerenciadas e processos mal estruturados que aumentam a exposição a riscos.
Um exemplo é um gerente de marketing que recebe uma planilha de um cliente e, ao invés de usar a plataforma segura da empresa para compartilhar os dados com a equipe, ele envia o arquivo por e-mail pessoal. Sem perceber, ele viola a política de segurança e a informação se torna vulnerável a interceptações, expondo dados confidenciais.
Esses incidentes mostram que a segurança da informação é tão forte quanto seu elo mais fraco. A tecnologia é uma ferramenta, mas a disciplina e a atenção de cada colaborador são o verdadeiro pilar da proteção.
Perda e indisponibilidade de dados
Dados são ativos valiosos para qualquer empresa e sua perda ou indisponibilidade pode causar prejuízos operacionais e financeiros.
Os problemas podem surgir por falhas em backups, ataques que corrompem informações ou deficiências físicas em equipamentos de armazenamento.
Conformidade e questões regulatórias
Toda corporação precisa seguir normas e regulamentos específicos, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil ou o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR) na Europa.
O não cumprimento dessas regras pode resultar em multas, sanções e perda de confiança do cliente. Isso significa que as empresas precisam garantir que tanto suas políticas internas quanto as rotinas adotadas estejam alinhadas às exigências legais.
Dependência de terceiros e cadeia de suprimentos
Muitos negócios dependem de fornecedores externos para software, hardware e serviços em nuvem. Essa dependência pode criar riscos adicionais, uma vez que problemas na cadeia de suprimentos ou indisponibilidade dos serviços contratados tendem a impactar diretamente as operações.
Desafios de gestão e operacionais
Além dos riscos técnicos, existem desafios relacionados ao gerenciamento de equipes, condutas e recursos. Isso inclui dificuldades em manter o time atualizado, lidar com a complexidade dos sistemas e garantir uma comunicação eficiente entre áreas.
Esse descompasso pode gerar atrasos na resolução de incidentes e dificultar a implementação de políticas de segurança e até mesmo de uma cultura de inovação.
Dica de leitura: Como transformar uma empresa com Digital Value Creation.
Processos da gestão de riscos em TI
A gestão de riscos em TI segue etapas que ajudam a identificar, avaliar e responder a possíveis ameaças de forma organizada dentro das empresas. São elas:
1. Identificação dos riscos
Mapeamento das vulnerabilidades e pontos críticos na infraestrutura, sistemas e processos da empresa
2. Análise dos riscos
Avaliação da probabilidade de ocorrência e do impacto de cada risco para priorizar o foco e os recursos.
3. Tratamento dos riscos
Definição das ações para mitigar, transferir, aceitar ou evitar os riscos, como implementação de controles técnicos, revisão de políticas ou contratação de seguros.
4. Monitoramento e revisão
Acompanhamento contínuo das políticas adotadas e identificação de novos riscos conforme o ambiente de TI evolui.
5. Comunicação
Compartilhamento das informações sobre riscos e ações com as equipes e lideranças, garantindo alinhamento e suporte nas decisões.
Como evitar riscos em TI: uma abordagem proativa
A gestão de riscos TI passa, invariavelmente, pela adoção de práticas que antecipam os problemas antes que eles afetem os sistemas e a operação da empresa como um todo.
Acompanhe, abaixo, as medidas mais importantes para aumentar a segurança:
- Realizar avaliações regulares para detectar vulnerabilidades em softwares, redes e equipamentos.
- Promover treinamentos frequentes para reduzir erros cometidos pelos times.
- Manter políticas claras de atualização e aplicação de patches evitando invasões por sistemas desatualizados.
- Revisar acessos e permissões para limitar o uso apenas ao necessário.
- Implementar planos de resposta a incidentes para reação rápida e coordenada diante de imprevistos.
Veja também: O que você precisa saber e como aplicar o desenvolvimento ágil.
Como avaliar os riscos de TI: identificação e priorização
A avaliação dos riscos de TI é fundamental para definir a estratégia a ser adotada. Esse processo começa com a identificação detalhada das ameaças, segue para a priorização, com base na probabilidade e no impacto que elas podem causar. Confira como é feito o processo:
Identificação dos riscos:
- Mapear ameaças internas (ex.: falhas de configuração e erros humanos) e externas (ex.: ataques cibernéticos e problemas de fornecedores);
- Utilizar checklists, auditorias internas e ferramentas de varredura para detectar vulnerabilidades;
- Envolver a equipe de TI e outras áreas da empresa para ampliar a visão sobre riscos que podem não ser visíveis apenas na infraestrutura tecnológica.
Classificação e priorização
- Avaliar cada risco considerando probabilidade de ocorrência e impacto no negócio;
- Utilizar métodos como a matriz de risco, que posiciona ameaças em um gráfico com esses dois eixos:
- Ex.: ataques de ransomware → alta probabilidade e alto impacto (prioridade máxima);
- Ex.: falha em sistema pouco utilizado → baixa probabilidade e baixo impacto (prioridade menor).
Como resolver riscos em TI: resposta e mitigação
Depois de identificar e priorizar os riscos de TI, é preciso definir como agir para reduzir as chances de ocorrência das ameaças ou minimizar seus efeitos caso elas se concretizem.
A resposta deve ser planejada de forma estratégica, equilibrando custos, tempo e impacto sobre a companhia.
Escolha da abordagem de resposta
- Mitigar: implementar ações para reduzir a probabilidade ou o impacto (ex.: aplicar atualizações de segurança e treinar equipes).
- Evitar: eliminar a causa do risco (ex.: descontinuar sistemas vulneráveis).
- Transferir: repassar a responsabilidade, total ou parcial, a terceiros (ex.: contratar seguro cibernético e terceirizar determinados serviços).
- Aceitar: assumir o risco, quando o custo de tratá-lo é maior que o possível prejuízo.
Implementação de medidas de mitigação
- Reforçar controles de acesso e autenticação.
- Adotar backups regulares e planos de recuperação de desastres.
- Atualizar e corrigir sistemas para fechar vulnerabilidades conhecidas.
- Monitorar em tempo real para detectar incidentes rapidamente.
Realização de testes e revisão periodicamente
- Realizar simulações e testes de contingência para avaliar a eficácia das medidas.
- Ajustar estratégias conforme surgem novas ameaças ou mudanças na infraestrutura.
- Manter um ciclo contínuo de melhoria, integrando as lições aprendidas no plano de gestão de riscos.
Veja também: Entenda como funciona, 4 benefícios e por que contratar uma consultoria de TI.
10 vantagens da criação de um Plano de Gerenciamento de Crises e Continuidade de Negócios (PGCN)
O Plano de Gerenciamento de Crises e Continuidade de Negócios (PGCN) é um conjunto estruturado de procedimentos que orientam como a empresa deve agir antes, durante e após situações que possam interromper suas operações.
Ele integra práticas de respostas a crises (voltadas a conter danos imediatos), que visam restabelecer funções críticas no menor tempo possível, alinhando-se de forma direta à análise e gestão de riscos em TI.
Vale destacar que a responsabilidade pela criação e condução do PGCN pode variar dependendo do porte, maturidade e recursos da empresa. Organizações maiores podem desenvolvê-lo internamente, enquanto corporações menores ou que não têm experiência interna podem contratar consultorias especializadas em gestão de crises ou riscos corporativos.
Entre os principais benefícios dessa abordagem estão:
1. Redução do impacto financeiro
Um PGCN bem estruturado minimiza custos e perdas associados a interrupções, ao acelerar a retomada das operações e limitar o alcance dos danos.
2. Proteção da reputação da marca
A capacidade de responder rapidamente a incidentes e restabelecer serviços preserva a confiança de clientes, parceiros e do mercado em geral, evitando desgaste de imagem.
3. Garantia da conformidade regulatória
Em setores com exigências legais específicas, como a área da saúde, por exemplo, o PGCN apoia o cumprimento de normas regulatórias ao formalizar processos, registrar procedimentos e definir responsabilidades, garantindo que a empresa aja conforme as exigências legais.
4. Redução do tempo de inatividade (downtime)
Um plano bem definido e testado permite retomar funções críticas sem demora, diminuindo impactos sobre receita, produtividade e relacionamento com clientes.
5. Aumento da resiliência operacional
Com protocolos claros, como procedimentos de recuperação de sistemas após falhas ou ataques cibernético, e equipes bem treinadas, a organização consegue reagir de forma consistente, mantendo a operação mesmo diante de eventos imprevistos.
6. Melhora da tomada de decisão em momentos de crise
Procedimentos pré-estabelecidos oferecem um roteiro de ação, diminuindo incertezas e permitindo que líderes ajam com agilidade e precisão sob pressão.
7. Fortalecimento da segurança da informação
Ao incorporar estratégias como backups e protocolos de recuperação, o PGCN protege dados, infraestrutura e ativos críticos.
8. Otimização da alocação de recursos
Saber priorizar as áreas e os processos mais críticos permite distribuir investimentos e esforços de forma estratégica durante e após a crise.
9. Tranquilidade para stakeholders
A existência de um plano validado dá mais confiança a diretores, investidores, funcionários e clientes de que a empresa continuará operando mesmo em cenários adversos.
10. Apoio à inovação e o crescimento
Companhias que mantêm estabilidade operacional em períodos de crise ganham vantagem competitiva e criam espaço para investir em melhorias e novos projetos pautados na inovação e tecnologia.
Leia também: Gestão da inovação e boas práticas essenciais para os negócios.
Como um Data Protection Officer (DPO) ajuda na gestão de riscos em TI?
O Data Protection Officer (DPO), ou Encarregado de Proteção de Dados, é o profissional responsável por gerenciar a proteção dos dados de uma empresa e de seus clientes.
Na prática,o profissional ajuda a organizar rotinas internas para garantir a conformidade com as normas de segurança da informação.
O DPO atua tanto em empresas privadas quanto em órgãos públicos, sempre que há necessidade de supervisionar o tratamento de dados pessoais.
Sua atuação é guiada por legislações nacionais, baseadas em padrões internacionais, que definem como informações digitais devem ser coletadas, usadas e armazenadas, o que o torna uma figura indispensável na gestão de riscos em TI.
Como a FCamara atua para proporcionar segurança para os ambientes e dados
No cenário digital atual, a segurança da informação é um essencial para o crescimento e a continuidade dos negócios. Como referência em tecnologia e inovação no Brasil, a FCamara compreende a criticidade desse tema e oferece um portfólio completo de serviços para mitigar riscos e proteger ativos digitais.
Por meio de soluções como Managed Services para SecOps, a FCamara fortalece as operações de segurança, otimizando a detecção e resposta a ameaças.
Complementando essa atuação, os serviços de PenTest e Scan de Vulnerabilidade identificam e corrigem falhas, construindo uma defesa robusta contra ataques cibernéticos.
A expertise da FCamara se estende à Consultoria e Projetos de Segurança, onde as estratégias são moldadas de acordo com as necessidades de cada empresa, garantindo proteção e conformidade.
Essa abordagem integrada e proativa assegura que os ambientes e dados estejam sempre protegidos, garantindo a segurança e a continuidade dos negócios.
Ao final, a parceria com a FCamara se traduz em ambientes digitais mais seguros e um futuro mais resiliente para sua empresa. Para saber mais, fale agora com um especialista em gestão de riscos em TI da FCamara.

Comments (0)