Sobre o que estamos falando? O Open Banking inaugura um novo ecossistema de soluções para…
Open Banking UK x Open Banking Brasil: Análise
Open Banking: 3 anos em UK, 1 mês no Brasil
Completamos 1 mês de Open Banking Brasil, desde que este caminho sem volta foi oficializado em 01/02/2021 pelo presidente do Banco Central Roberto Campos, como parte da agenda BC#. Esta agenda começou com o PIX, alcançando grande sucesso logo em seu lançamento – 80% de adoção já no segundo mês, agora com limite de transferência equiparado ao do TED – e as possibilidades irão se ampliar muito com o Open Banking.
Agora começamos uma transformação importantíssima no mercado Brasileiro, inserindo o país neste novo ecossistema bancário/financeiro em consonância com o plano global do BIS – Bank for International Settlements.
Implementação Open Banking UK x Open Banking Brasil
Enquanto em UK a adoção começou com somente 9 bancos obrigatórios, levando 3 anos para inserir mais de 4.000 bancos e 300 fintechs (esta análise pode ser conferida por aqui), no Brasil o cenário está sendo muito mais ágil, sendo que a estimativa é que cerca de 30 bancos já realizaram o seu cadastro no diretório central.
Dado que somente 13 bancos com classificação de exposição total S1 e S2 eram obrigatórios pela legislação do Bacen, fica evidente que o movimento está tendo uma adoção fortemente estratégica ao invés de somente regulatória, e este é um sinal muito importante.
É sabido em UK que os bancos que adotaram uma visão estratégica são os que mais estão colhendo resultados no novo modelo, enquanto os que foram pelo caminho do compliance puro estão apenas contabilizando os custos da adequação e a perda de participação dos negócios do modelo anterior.
Por isso, a conclusão óbvia é que as instituições Brasileiras conseguiram compreender que a criação/construção da nova economia depende de ações concretas de todos os seus players, e isso constrói a confiança necessária para uma adoção ágil também por parte dos consumidores.
Open Baking para Fintechs
Pelo lado das TPP’s (third party participants), a adoção foi espontânea nesta primeira fase, porém estimamos que mais de 10 empresas já se registraram, o que também indica a forte visão estratégica no setor que deverá colher resultados muito bons, principalmente a partir da Fase 3 quando será operacionalizada a Iniciação de Pagamento.
A inovação será o grande motor deste processo, considerado contínuo segundo Banco Central, e a falta desta deverá causar o fechamento de diversas empresas. Inovação é também uns dos focos da autoridade na Basiléia (BIS), que está adaptando as regras de risco/liquidez: individual e sistêmico, além de novas demandas de cybersecurity, proteção de dados e AML/CFT (anti money laundering e countering the financing of terrorism), porém sem engessar ou prejudicar os processos de inovação, garantindo que pelo menos por uma década ocorra o desenvolvimento máximo do novo modelo.
Dada a evolução contínua dos elementos de tecnologia, hoje apoiados em inteligência artificial, machine learning, robótica, automação, distributed ledgers, cloud, etc., vemos um futuro de transformações sem precedentes, não somente no mercado financeiro, mas em todos os demais setores, que irão transformar suas próprias soluções, apoiadas nas novas possibilidades do mercado financeiro.
Completando 1 mês de operação, o Open Banking Brasil já mostra a sua força, e a maturidade dos estrategistas Brasileiros em entrar e explorar o novo ecossistema. O sucesso está desenhado.
“Não é o mais forte e nem o mais inteligente que lidera num novo ambiente, mas sim o mais adaptado” Charles Darwin
Ricardo Bendoraitis – Diretor Comercial de OmniBanking
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